Vivemos numa época privilegiada em termos de informação. Muito da história do mundo está hoje disponível através da leitura. Para aqueles que leem, o mundo se abre. Mas para os que não leem… bem, é inevitável que acabem ficando em significativa desvantagem. Ler não serve apenas para a obtenção de informação, mas também ajuda a moldar o cérebro para um ritmo diferenciado de funcionamento, ampliando nossa capacidade de interpretação e raciocínio. Ler ainda nos ajuda a ter mais autonomia, exercendo nosso pensamento crítico em vez de não ter outra escolha a não ser aceitar a opinião alheia.
Existem questões culturais que influenciam nossos hábitos de leitura. Infelizmente, o brasileiro não é um povo que lê. Parte disso provavelmente se deve ao estilo tradicional de ensino adotado na maioria das escolas brasileiras, cuja postura estimula a passividade do aluno. De acordo com uma pesquisa divulgada pelo Instituto Pró-Livro (IPL), a leitura é um hábito de 50% dos brasileiros. Na prática, isso significa que metade dos brasileiros leem, em média, de 1 a 2 livros por ano. A outra metade não lê nada. Em comparação a outros países, onde o cidadão comum lê uma média de 10 livros por ano, o Brazil aparece na posição 36, dentre os 39 países pesquisados, ou seja, é um dos últimos no ranking. Em primeiro lugar está a Finlândia. Dentre os 10 primeiros colocados, estão a Coreia do Sul, Canadá, Austrália, China, Irlanda, Holanda, China e Bélgica.
Curiosamente, os países nas posições mais altas quanto ao hábito de leitura são praticamente os mesmos que ocupam o topo do ranking quanto à proficiência em inglês. O Brasil permanece na parte mais baixa do ranking também nesse quesito, onde apenas cerca de 3 a 5% da população é proficiente em inglês. Assim, chegamos ao nosso tópico seguinte:
Mas o que a leitura tem a ver com o aprendizado de idiomas?
O hábito da leitura é um marcador de iniciativa, abertura e curiosidade para o aprendizado. Quem lê, costuma ser mais interessado e proativo em aprender, ao contrário dos não-leitores, que costumam ser passivos e desanimados.
O aprendiz de línguas bem-sucedido precisa justamente ser mais ativo e engajado, mais atento aos detalhes ao mesmo tempo em que utiliza plena capacidade interpretativa e de associação. Sem um cérebro que tenha aprendido a buscar informações, analisá-las e moldá-las num contexto, o aprendizado de um idioma se torna muito mais lento e desgastante, pois a quantidade de dados sobrecarrega aquele não tem uma base de dados e de processamento interno com o qual contar.
Se ler em português já traz tantos benefícios, ler em inglês oferece, ainda, ganhos adicionais, como conhecer a ortografia das palavras, aumentando a qualidade da escrita, além de ampliar o vocabulário.
Relato de um professor nativo de inglês
Em seu livro Como não aprender inglês, Michael A. Jacobs, britânico radicado no Brasil há mais de 30 anos e que atua como professor de inglês, diz ter sentido o baque da diferença cultural por aqui. Ele fala da passividade do aluno brasileiro, que parece depositar todas as suas fichas na aula e no que ele, professor, irá apresentar e “fazê-lo aprender”. Ele notou como essa postura atrasa o aprendizado do idioma, que alunos mais informados e ativos parecem conseguir acelerar, uma vez que consigam aproveitar as aulas para esclarecer e lapidar, pulando a etapa de ver tudo pela primeira vez e estranhar tudo o que ouvem.
O autor e professor diz que, durante as aulas, muitas vezes a sensação é como se ouvisse algo do tipo “Pronto, estou pagando, aprenda-me inglês”, ao que ele brinca ser tão impossível gramaticalmente quanto na prática.
Ele diz que vê seu papel como professor de línguas equiparado ao de um guia, um intermediador, que compartilha com o aluno sua experiência como aprendiz de idiomas que um dia foi, quando chegou ao Brasil sem saber uma palavra em português. É interessante observar a visão de professor que alguém de outra cultura tem, em comparação à visão de professor que o brasileiro tem. Enquanto num país como a Inglaterra o professor é percebido como mediador, auxiliador, no Brasil ele é visto como um catalisador prático que condensa e mastiga toda a informação necessária e a oferece ao aluno para sua maior comodidade.
Este panorama mental se reflete diretamente nos resultados do aprendizado de um idioma, onde os mais autônomos avançam mais rápido, enquanto os mais acomodados ficam para trás, afinal, nenhum professor pode ensinar a alguém tudo o que seja preciso aprender. Um idioma é algo complexo, extenso, rico em detalhes, percepções e informação. Se o aluno esperar passivamente que tudo lhe chegue através de uma única fonte externa, que lide com todas as angústias comuns em qualquer aprendizado, a lentidão e ineficácia do processo o levará ao desânimo e desistência.
Portanto, fica a reflexão para quem quer aprender o que quer que seja, sobre o seu papel, o seu esforço, o seu empenho no aprendizado, afinal, o mundo é vasto, um idioma contém milhões de informações, e se o aluno esperar passivamente em aula por elas, pode transformar seu aprendizado numa estrada longa demais, em vez de ir ajudando a pavimentá-la juntamente ao professor.
See you soon 😉
Oldcastle School
AULAS ONLINE % AO VIVO E AULAS PRESENCIAIS NA GRANDE SP.
FALE COM UM DE NOSSOS CONSULTORES E ESTUDE COM A GENTE: https://api.whatsapp.com/send?phone=5511968483019&text=Ol%C3%A1