CINCO ATITUDES QUE ATRASAM O SEU APRENDIZADO
Quando pensamos em aprender uma língua, não costumamos refletir sobre o processo. Apenas nos matriculamos num curso e esperamos que magicamente comecemos a entender e falar tudo naquele idioma.
Porém, logo percebemos que a coisa não será bem assim. Entramos num mundo novo, cheio de expressões que insistimos em traduzir palavra por palavra e ficamos confusos e frustrados quando descobrimos que isso muitas vezes não funciona, ou então começamos a nos revirar na cadeira quando vemos a infinidade de usos para o verbo “get” que, a princípio, era apenas “obter”.
Chega um momento em que nos damos conta que aprender um idioma não é uma tarefa simples e reta, com regrinhas perfeitas e traduções literais. Começamos a perceber que uma língua tem muitas exceções, que é mutante, diversificada, fácil aqui, complexa ali, enfim, que tem características semelhantes às dos seres humanos! Sim, é fundamental lembrar que uma língua é o produto cultural de um povo, cuja composição engloba todas as nuances de pensamento, sentimento e percepção que nós humanos somos capazes de ter.
Muitas vezes, no aprendizado de línguas, a atitude mental, ou seja, a forma com que encaramos o processo, é quase mais importante que o estudo formal em si. Por isso, convidamos você a refletir sobre 5 atitudes que podem impactar o sucesso na aquisição de um segundo idioma. São elas:
- Questionamentos
Uma dúvida é diferente de um questionamento. Muitas vezes, em sala de aula, os alunos fazem perguntas que não são apenas dúvidas, e sim uma espécie de “prove-me porque isso tem que ser assim” ou então “encontre um sentido no meu idioma/na minha cultura para isso”. Essa postura de aprendizado limita muito as fronteiras de utilização do idioma pelo aluno, que fica preso a detalhes que nunca irão mudar ou ser passíveis de muita explicação, além de gastar o tempo de aula com pormenores que não lhe garantirão progressos.
Por exemplo, se um nativo perguntasse a você o porquê de não haver um “n” na palavra “muito”, se ela é pronunciada como “muinto”, relutando em aceitar essa “incoerência”, ambos ficam estagnados: você não vai conseguir explicar a ele o porquê de não haver o “n”, e ele não melhoraria seu português se obtivesse uma resposta.
- Medo de Errar
A sala de aula é o lugar perfeito para isso! Errar é a coisa mais certa do aprendizado. No entanto, o que se vê são alunos que esperam jamais errar, medo esse que costuma ter suas raízes no condicionamento ao qual foram submetidos desde a infância pelo sistema de ensino brasileiro, que sempre valorizou o resultado (notas) em vez do processo (aprendizado).
Se pensarmos que apenas 3% dos brasileiros fala realmente inglês, certamente a maioria dos colegas de sala errarão tanto quanto você, apenas variando no tipo de erro. E mesmo que uns tenham mais facilidade que outros no uso da língua, isso não deve jamais ser motivo de embaraço, pois seres humanos são diversos e cada qual tem maior ou menor habilidade numa área ou outra.
Por fim, o simples fato de estar tentando aprender uma segunda língua já deve ser motivo de orgulho: aquele ‘pouco’ que você sabe costuma ser uma grande vantagem na realidade do nosso país.
- Esquecer-se de Copiar o Modelo
Falar um idioma é, em boa parte, como artes cênicas. E, numa sala de aula, o professor é o “ator” que mostra como usar aquela arte. Portanto, imite-o! Observe as variações de entonação, de postura, de expressão facial, repita o que ouve, sentindo-se como num filme representando um papel quando diz uma frase. Quando crianças, aprendemos a falar sem livros ou estudo formal, apenas porque nossa capacidade de imitar é grande e nosso medo de errar é pequeno.
- Dar Demasiada Importância a Regras
O idioma surgiu primeiro. As regras vieram depois, para explicar o que já existia. Elas certamente são úteis em muitos momentos, mas completamente dispensáveis em outros. O que gera fluência não é lembrar de cada regra antes de falar, e sim praticar o idioma como ele é, tendo uma regra para aquilo ou não. Quando, na infância, aprendemos sobre verbo, sujeito e predicado, já somos fluentes na nossa língua há anos! Portanto, relax! Aproveite o que puder das regras, e jogue-as pela janela quando complicarem mais do ajudarem.
- Falar sua Língua Materna em Sala de Aula
Às vezes, precisamos do auxílio da nossa língua para compreender certas situações especificas do aprendizado. Porém, muitos alunos acabam utilizando o português em excesso, em momentos desnecessários e contraproducentes, como, por exemplo, quando adotam o hábito de sempre fazerem comentários, brincadeiras ou contarem “causos”. Não que tais colocações não sejam importantes, divertidas ou interessantes, mas apenas estão acontecendo na hora errada.
O tempo de uma aula de inglês costuma ser curto, se comparado ao restante do tempo que você passa falando português no seu dia a dia. O cérebro não tem a chance de experimentar uma imersão na língua alvo de estudo se, a todo momento, interrompemos o fluxo de processamento da comunicação de uma cultura, com elementos de outra. É como um ator que não consegue representar seu papel numa cena porque o diretor o corta o tempo todo. Ele não “entra no clima”.
Portanto, antes de agir como o diretor, que corta a cena o tempo todo, e gastar o precioso tempo da aula com um idioma que você conhece tão bem e que tem tempo de sobra para falar fora dali, que é a sua língua nativa, invista esse tempo em mergulhar num novo código de comunicação e treinar aquilo que você ainda não domina, pois é praticando uma habilidade que nos tornamos capacitados nela.
Let’s aim at success!!!
See you!
Oldcastle School of English